quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Como Jessica Chastain se tornou o rosto mais cobiçado do cinema americano


Jessica Chastain ainda não é capaz de assimilar a própria fama. Do computador de casa, em Nova York, ela atualiza sua página no Facebook como se não fosse uma das mulheres mais cobiçadas de Hollywood. “Quando acordei, Chaplin estava atacando meu personagem em Madagascar 3”, escreveu, no dia 29 de setembro, um sábado. Abaixo da mensagem, inseriu a foto de seu cão – um filhote de três patas – mordendo o boneco de pelúcia de Gia, a onça-pintada que dublara meses antes. “Sinto-me tão sortuda por ser atriz”, disse a um fã, em seguida. “Estou muito feliz por gostarem de meus filmes.”
ESTRELA DA MODA Jessica Chastain posa para fotógrafos. De 2011 para cá, ela saiu do anonimato para se tornar uma premiada atriz de cinema (Foto: George Pimentel/WireImage,  The Kobal Collection)























O comportamento deslumbrado de Jessica é justificável. Sua ascensão no cinema é um fenômeno. Até o início de 2011, poucos a conheciam. De repente, no meio do mesmo ano, a ruiva de olhos azuis e 1,63 metro de altura estava em cartaz com seis grandes produções. Ganhou prêmios por todas. Com Histórias cruzadas, do diretor Tate Taylor, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2012. Perdeu para sua companheira de elenco Octavia Spencer. Fora das telas, passou a colecionar os mais diversos títulos: foi eleita a dona do melhor sorriso pela Victoria’s Secret; apareceu na lista das mais bem vestidas da revista Vanity Fair; e, por fim, levou o exótico certificado de vegetariana mais sexy do mundo, segundo a organização de proteção aos animais Peta.
Como resultado do assédio, Jessica recebeu mais convites. Aceitou participar de filmes com promessa de bilheteria como Os infratores e recusou produções milionárias, a exemplo deHomem de Ferro 3. Parecia que uma estrela nascera por acaso. Mas a história de Jessica no meio artístico era antiga. Embora não revele sua idade (sites afirmam que tem 35), ela passou anos se dedicando a filmes para a televisão e ao teatro, onde foi descoberta.

Jessica graduou-se em 2004 na Juilliard School, em Nova York, um dos principais conservatórios de dramaturgia do mundo. Na escola, suas atuações chamaram a atenção de professores – e causaram surpresa nos familiares. Filha de um bombeiro com uma cozinheira, cresceu numa família de classe média da Carolina do Norte que não ligava para artes. Graças à avó, que a levou para assistir a um musical humorístico, ela se deu conta de que o que se fazia no palco era um trabalho. “Não foi como se eu descobrisse que queria ser atriz. Foi como descobrir que eu era aquilo”, disse ao New York Times.

Depois de formada, Jessica atuou no papel-título de Madame Bovary e em outras montagens teatrais pelos Estados Unidos. Em 2006, Al Pacino a chamou para Salomé, adaptação de peça de Oscar Wilde. Foi quando sua sorte mudou. Ele gostou tanto da atuação que a levou para a versão cinematográfica, Wilde Salomé. Por recomendação de Pacino, Terrence Malick e outros diretores abriram as portas para Jessica. Sem que soubesse, ela também começou a ser admirada por colegas de renome. Gary Oldman, outro presente em Os infratores, levou-a a chorar ao exaltá-la durante o festival de Palm Springs. Mais tarde, quando Jessica figurou entre as 100 mais influentes da revista Time, Oldman a chamou de “formidável”, prevendo um “futuro de sucesso”.


Atenta aos objetivos profissionais, ela diz que não quer distrações. Por isso afirma que não namora atores. “Assim mantenho o interesse no meu trabalho, não na vida privada.” Sua carreira também segue na contramão da maioria. Realizada no cinema, volta agora à carreira teatral. Estreará a peça The heiress (A herdeira), de Henry James, numa aguardada montagem na Broadway, em novembro. Desta vez, para audiências menores que no cinema. Uma pena.
 
Revista Época

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