segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Saiba como é produzida energia na usina hidrelétrica de Itaipu


Afonso Ferreira
Do UOL, em Foz do Iguaçu (PR)

No rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai, está localizada a maior usina hidrelétrica do país: Itaipu. O UOL foi até Foz do Iguaçu (a 637 km de Curitiba) conferir como é produzida a eletricidade na gigante binacional.

Anualmente, a usina produz entre 90 milhões e 95 milhões de MWh (megawatts-hora), quantidade suficiente para abastecer a cidade de São Paulo por três anos. O recorde de produção é de 2008, quando 94,6 milhões de MWh foram gerados. A energia de Itaipu abastece, principalmente, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e parte do território paraguaio.

Veja como é produzida a energia na usina hidrelétrica de Itaipu

Foto 1 de 38 - Com uma produção de energia anual entre 90 e 95 milhões de MWh (megawatts-hora), a usina hidrelétrica de Itaipu é a maior do Brasil. O UOL Economia foi até Foz do Iguaçu (PR) conferir como é produzida a eletricidade na gigante binacional. Veja a seguir Caio Coronel/Divulgação

Paredões represam a água

A matéria-prima de uma usina hidrelétrica é a água. Por isso, ela é represada, formando uma espécie de estoque. Na barragem (paredão com 7,9 km de extensão e 196 metros de altura máxima que represa o rio), a água é escoada para dentro da usina através de tubos com 10,5 metros de diâmetro interno –chamados de condutos forçados. São 20 tubos no total, um para cada turbina.

Apesar de possuir 20 unidades geradoras de energia, apenas 18 delas ficam ativas. As duas restantes só são acionadas caso uma das turbinas apresente problemas ou tenha de passar pelo programa de manutenção periódica.

Força da água faz turbina girar

Dos condutos forçados, a água vai direto para as turbinas. A força com que ela passa pelas turbinas faz o equipamento girar. O movimento rotatório faz com que os ímãs presos na parte girante do gerador (rotor) passem bem próximos a enrolamentos de cobre fixados na parede em torno do eixo (estator). A passagem de um pelo outro, sem contato físico, é que dá origem à eletricidade.

O volume de água escoado por cada um dos condutos forçados é de 700 m³/s (metros cúbicos por segundo). Para se ter uma ideia, é quase a metade do volume das quedas d’água nas cataratas do rio Iguaçu, que é de 1.500 m³/s. Ou seja, pelos 18 tubos de Itaipu escorrem oito cataratas do Iguaçu.

Tensão elétrica é elevada

A energia gerada é enviada, através de cabos condutores, até os transformadores –três para cada unidade geradora. A função desse equipamento é elevar a tensão da eletricidade de 18 kV (quilovolts) para 500 kV.
Segundo o engenheiro de Itaipu Rafael Favoreto, uma tensão direta de 18 kV é capaz matar uma pessoa em poucos segundos, enquanto uma descarga elétrica de 500 kV é ainda mais fulminante. O aumento na tensão é essencial para que a energia elétrica possa viajar longas distâncias.

A eletricidade segue para as subestações, dentro da usina, onde toda a energia gerada será repartida em oito linhas de transmissão. A partir daí, a energia segue viagem através de cabos e torres de transmissão para iluminar ruas, casas e dar funcionalidade aos aparelhos eletrônicos.

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